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O 54º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, organizado pela ABORL-CCF, reunirá renomados  especialistas nacionais e internacionais para discutir as inovações e desafios nas diversas áreas da Otorrinolaringologia. Entre os destaques do evento estão as contribuições da Academia Brasileira de Otoneurologia, coordenada pelo Dr. Márcio Salmito, e da Academia Brasileira de Laringologia e Voz, presidida pela Dra. Adriana Hachiya.

Nesta entrevista, o Dr. Salmito compartilha as principais novidades e inovações na área de Otoneurologia, abordando temas como tontura, zumbido e as doenças vestibulares mais prevalentes, como a PPPD (Tontura Perceptual Postural Persistente). Ele explica como o conhecimento neurológico é cada vez mais importante no manejo desses distúrbios, oferecendo uma perspectiva multidisciplinar para o tratamento de pacientes com tontura.

Já a Dra. Adriana Hachiya fala sobre as atualidades na Laringologia, destacando o  manejo de condições desafiadoras , como a estenose laringea e o tratamento do sulco vocal, além do e, e o impacto das técnicas ambulatoriais na prática clínica. A presença do especialista internacional Dr. Ramon Franco também será um dos pontos altos do evento, oferecendo aos participantes a chance de aprender diretamente com um dos maiores nomes da área.

Confira as entrevistas completas e saiba o que esperar da programação da Otoneurologia e da Laringologia e Voz no 54º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia!

Entrevista: Dr. Márcio Salmito, coordenador da Academia de Otoneurologia

[Portal VoxOtorrino] Dr. Márcio, a Otoneurologia tem um papel fundamental dentro da Otorrinolaringologia. O que o senhor considera que será o principal diferencial das palestras e debates da Academia Brasileira de Otoneurologia no Congresso deste ano?

[Dr. Márcio Salmito] O Brasil é um dos países com o maior número de otorrinolaringologistas dedicados à Otoneurologia. Já temos fellows na área há mais de 15 anos! Os principais nomes brasileiros estarão na programação. O grande diferencial deste ano será a variedade dos temas. Teremos assuntos diversos, do básico ao avançado, cobrindo desde o diagnóstico até o tratamento. Abordaremos bastante sobre tontura e zumbido, com destaque para a tontura de origem cervical e o zumbido, que são temas sempre polêmicos.

Um dos destaques será a palestra magna do Dr. Diego Kaski, da Inglaterra, sobre “Tontura: uma visão neurológica”. Como essa perspectiva pode agregar aos conhecimentos dos otorrinolaringologistas e qual a relevância de integrar a neurologia com a otoneurologia no manejo da tontura?

O Dr. Diego Kaski é um jovem médico e pesquisador brilhante, que tem ganhado destaque rapidamente no mundo. A migrânea vestibular e a PPPD (Tontura Perceptual Postural Persistente) são duas das doenças vestibulares mais frequentes e têm uma fisiopatologia neurológica, ou seja, a doença não está no labirinto, mas no sistema nervoso central. É cada vez mais importante que os otorrinos compreendam as questões neurológicas para oferecer um melhor atendimento ao paciente com tontura.

O Dr. Kaski também abordará o tema PPPD em outra palestra magna. Para quem ainda não está familiarizado com esse termo, poderia nos contar um pouco sobre o que é PPPD e por que é um tema tão discutido atualmente?

A PPPD, sigla em inglês para Tontura Perceptual Postural Persistente, é uma doença considerada “funcional”. Isso significa que, embora as estruturas estejam normais (labirinto, nervos e sistema nervoso central), há uma disfunção. Apesar de os critérios diagnósticos serem recentes, a PPPD já é uma das doenças mais frequentes nos consultórios de quem trata tontura. Ela tem critérios diagnósticos bem definidos e um tratamento eficaz, mas é comum que pacientes com esse diagnóstico passem por vários médicos antes de receberem o diagnóstico correto.

Como o senhor vê a evolução do tratamento e diagnóstico de distúrbios do equilíbrio, e de que forma o Congresso pode ajudar os profissionais brasileiros a se atualizarem nessas técnicas?

É muito gratificante atuar na área de Otoneurologia. Do ponto de vista diagnóstico, é uma ciência muito recente. Há apenas 20 anos, muitas das doenças que reconhecemos hoje não estavam catalogadas. Do ponto de vista tecnológico, novos equipamentos têm permitido maior precisão no diagnóstico dos nossos pacientes. Embora não tenham sido desenvolvidos novos medicamentos para tontura, há novas aplicações para medicamentos já existentes. Por exemplo, prescrever antidepressivos e anticonvulsivantes tornou-se muito comum no manejo da tontura, mas ainda há otorrinos que não se sentem seguros com essas prescrições.

Para encerrar, qual é a sua expectativa para a participação dos especialistas brasileiros no Congresso, especialmente no que diz respeito às inovações em Otoneurologia que serão apresentadas?

Estou muito feliz com a grade de Otoneurologia deste ano, pois quase todos os grandes nomes brasileiros estarão presentes. A maravilhosa cidade de Florianópolis deve ter sido um bom atrativo, mas independentemente do motivo, estamos com sorte. Ao que tudo indica, teremos um congresso realmente memorável!

Entrevista: Dra. Adriana Hachiya, presidente da Academia de Laringologia e Voz

[Portal VoxOtorrino] Dra. Adriana, a Academia Brasileira de Laringologia e Voz sempre trouxe discussões relevantes ao Congresso. O que podemos esperar de destaque na programação deste ano em termos de inovação e atualização científica?

[Dra. Adriana Hachiya] O destaque deste ano são as mesas de discussão clínica com ênfase em temas da prática do otorrinolaringologista geral e painéis com assuntos mais específicos para os laringologistas. Contamos com a participação de um convidado internacional com expertise em Laringologia, que trará novidades e avanços importantes.

Este ano teremos a honra de contar com a palestra magna do Dr. Ramon Franco, dos Estados Unidos, sobre “15 anos de injeções esteroides intralesionais (SILSI) para estenose subglótica”. Qual a importância deste tema para os especialistas brasileiros e o que ele traz de novo na abordagem de estenose subglótica?

O Professor Ramon Franco é um laringologista renomado, com expertise em voz, disfagia e via aérea. Ele vai abordar, entre outros temas, as emergências vocais em cantores e a experiência com corticóides intralesionais no tratamento da estenose subglótica, bem como o manejo da fibrose cicatricial e do sulco vocal. O tratamento do sulco vocal, em especial, é um grande desafio para os otorrinolaringologistas, e será um dos temas de discussão com o Professor Franco, moderado pelo Professor Domingos Hiroshi Tsuji.

Na sua visão, quais os avanços mais significativos que a Laringologia tem visto nos últimos anos, especialmente no manejo de condições complexas como a estenose subglótica, que será tema central da palestra magna?

Os procedimentos ambulatoriais em Laringe são rotineiros nos Estados Unidos e Europa, mas, no Brasil, ainda enfrentamos alguns desafios relacionados ao sistema de saúde e ao perfil dos pacientes. No entanto, essa é uma área de grande interesse, pois são procedimentos que não exigem internação e possuem menor custo, o que os torna bastante viáveis e promissores para nossa prática clínica.

O que a senhora destacaria da participação nacional e internacional na área de Laringologia dentro do Congresso deste ano? Como essa troca de conhecimento pode beneficiar a prática clínica no Brasil?

O Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial tem como vocação ser um congresso de atualização, que deve estar no calendário anual de todo otorrinolaringologista. Destaco a diversidade de palestrantes nacionais com expertise em diversas áreas, que compartilharão suas experiências clínicas e abordagens cirúrgicas. A participação de um palestrante internacional renomado, como o Professor Ramon Franco, nos traz uma visão atualizada do que está sendo feito de novo e diferente em outros países, contribuindo para um raciocínio clínico mais abrangente e crítico.

Por fim, quais são suas expectativas em relação ao impacto do 54º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia para os especialistas em Laringologia e Voz, tanto no aspecto técnico quanto no networking entre profissionais?

Nossas expectativas são altas para este congresso. A troca de conhecimento é sempre enriquecedora, e aprendemos e ensinamos com a experiência dos colegas. Quanto ao networking, vejo o congresso como uma excelente oportunidade de conexão e troca de ideias, além de ser um momento de renovação. Sempre voltamos com conhecimento que beneficia nossos pacientes e com novas ideias para projetos de pesquisa que certamente elevam o padrão de atendimento e o nível científico do nosso país.

O 54º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia será realizado entre os dias 31 de outubro e 2 de novembro de 2024 na cidade de Florianópolis–SC, e você tem acesso a mais informações, bem como pode assegurar sua participação, acessando o site oficial do evento neste link.

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