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Realizada pela parceria entre a Associação Médica Brasileira e a Faculdade de Medicina da USP, a Demografia Médica no Brasil (DMB) também aponta aumento de 84% nos profissionais com título em alguma especialidade

O número de médicos com título em alguma especialidade no Brasil cresceu 84%, nos últimos 10 anos, de acordo com a mais recente edição da Demografia Médica no Brasil (DMB), um estudo detalhado sobre a realidade dos médicos em todo o país. A pesquisa, conduzida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), revelou ainda que as mulheres passarão a ser maioria na profissão já a partir do próximo ano.

Com a expansão da abertura de cursos e vagas de Medicina, a previsão é que em 2035 haja mais de um milhão de médicos no país. A DMB 2023, coordenada pelo pesquisador Mário Scheffer, professor livre-docente do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP, foi formulada a partir de três eixos principais: estudos demográficos da população médica, estudos sobre formação e profissão médica e inquéritos sobre residência médica e trabalho médico no Brasil.

O levantamento, divulgado na sede da AMB, em São Paulo, teve apoio de diversas entidades, como a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), FFM (Fundação Faculdade de Medicina), Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e Ministério da Saúde.

César Eduardo Fernandes, presidente da AMB, destacou a importância da disponibilização de dados anonimizados dos associados da entidade, dentre outras informações, para a nova edição da DMB. “Temos orgulho de participar ativamente desta edição da Demografia Médica, que oferece dados de relevância nacional e importantes subsídios a todos os gestores públicos e privados comprometidos com a valorização da medicina e a saúde da população”, enfatizou.

A Demografia Médica no Brasil tem se revelado uma importante fonte de informações dirigida a pesquisadores, veículos de comunicação, entidades e órgãos governamentais, de acordo com a professora Eloisa Bonfá, diretora da Faculdade de Medicina da USP. “É fundamental para o planejamento do sistema de saúde tomar conhecimento do número, do perfil e da distribuição dos médicos e médicas no Brasil, das mudanças na graduação de Medicina, na residência médica e na oferta de especialistas, assim como acompanhar as transformações no mercado de trabalho médico”, afirmou.

Um olhar macro sobre as especialidades médicas

No ano de 2022, o Brasil contava com 321.581 médicos com títulos de especialistas ou superior, o que representa 62,5% do total de profissionais em atividade no país. Os 37,5% restantes eram médicos generalistas, sem qualquer especialização formal. 

O número total de médicos com títulos registrados no país chega a 495.716, um aumento de 84% em relação aos 268,2 mil registros existentes em 2012. Esse dado inédito é resultado da expansão da residência médica no Brasil e do trabalho da AMB e suas filiadas, que concedem os títulos de especialistas. 

É importante notar que um médico pode ter concluído residência médica em mais de uma especialidade, o que justifica o número de títulos de especialidades ser maior do que o número de indivíduos especialistas. 

O estudo incluiu as 55 especialidades médicas reconhecidas pela Comissão Mista de Especialidades, composta por representantes da Comissão Nacional de residência médica, Conselho Federal de Medicina e Associação Médica Brasileira.

Ainda de acordo com a análise da Demografia Médica no Brasil, a disparidade entre o número de graduados em Medicina e as vagas disponíveis para a residência médica de acesso direto tem aumentado. Em 2018, essa diferença era de 3.866 vagas, mas em 2021 chegou a 11.770. Como a quantidade de vagas de graduação em Medicina tem aumentado no país, é provável que, em curto prazo, o número de médicos sem formação especializada cresça ainda mais, a menos que haja uma ampliação nas vagas de residência médica.

Demografia médica e a otorrinolaringologia

De acordo com a Demografia Médica no Brasil, no período entre 2012 e 2022, houve um aumento significativo no número de especialistas em algumas áreas da Medicina, como Clínica Médica, Medicina de Família e Comunidade, Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Medicina Legal e Perícia Médica, Cirurgia de Mão, Medicina de Tráfego, Angiologia, Geriatria, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Neurologia, Genética Médica e Mastologia, com pelo menos o dobro de especialistas em comparação a 2012.

Com relação à Otorrinolaringologia, o DMB nos apresenta números como:

  • 8.100 especialistas pelo Brasil, o que equivale a
    • 3,80 especialistas por 100.000 habitantes;
    • 1,6% do total de especialistas do país.

Estes profissionais encontram-se espalhados pelo Brasil, sendo:

  • 3,2% na região Norte;
  • 8,8% na região Centro-Oeste;
  • 16,8% na região Sul;
  • 17,4% na região Nordeste;
  • 53,8% na região Sudeste.

Desse total:

  • 43,5% são profissionais do sexo feminino;
  • 56,5% são profissionais do sexo masculino.

Com relação à idade:

  • 28,3% com 55 anos ou mais;
  • 20,7% com 35 anos ou menos;
  • Sendo a média de idade de 47,4 anos.

Você pode acessar a versão digital da Demografia Médica no Brasil 2023 gratuitamente clicando neste link, disponibilizado pela Associação Médica Brasileira.

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