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Entre os dias 18 e 23 de fevereiro de 2024, será realizada a campanha do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada, edição 2024, promovida pela Academia Brasileira de Otorrinolaringologia Pediátrica (ABOPe) em parceria com a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). Esta iniciativa tem como objetivo principal oferecer orientação a médicos, especialmente pediatras e profissionais de especialidades correlatas, além de pais e responsáveis, sobre os cuidados específicos necessários para crianças com traqueostomia.

A campanha será marcada por uma série de atividades, incluindo publicações nas redes sociais, divulgação na imprensa e eventos presenciais em diversos hospitais e centros clínicos. 

Durante esses eventos, será disponibilizado o “Manual de Cuidados da Criança Traqueostomizada“, que também estará acessível para download no site da ABOPe. A iniciativa visa aumentar a conscientização sobre a traqueostomia pediátrica, proporcionando informações cruciais para garantir a segurança e o bem-estar dessas crianças.

Para compreender melhor a campanha deste ano e seus objetivos, conduzimos uma entrevista exclusiva com o atual presidente da ABOPe, Dr. Rodrigo Guimarães Pereira. Confira, na conversa a seguir, quais são os principais projetos para 2024 e como a ação pretende tratar deste tema tão importante em sua vindoura edição.

Entrevista com o Dr. Rodrigo Guimarães Pereira, Presidente da ABOPe

[VoxOtorrino] Dr. Rodrigo, poderia nos falar um pouco sobre a importância do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada e como a ABOPe tem contribuído para a conscientização sobre o tema ao longo dos anos?

[Dr. Rodrigo] O Dia Nacional da Criança Traqueostomizada é fruto de um trabalho de longo tempo das diretorias da ABOPe, capitaneado pela Dra. Melissa Avelino, ex-presidente da ABOPe. Foi escolhido o dia 18 de fevereiro por ter sido nesta data a divulgação do primeiro consenso brasileiro para manejo da criança com traqueostomia. Há muitos anos a academia trabalha em ações de educação e informação para otorrinolaringologistas, especialistas médicos e não médicos, e para pacientes e seus cuidadores. A ideia deste dia é mostrar à população, classe médica e governantes as inúmeras necessidades que crianças com traqueostomia e seus cuidadores enfrentam. Com isso, abrirmos discussão para iniciativas governamentais e privadas para melhoria de acesso para estes pacientes a todos os tipos de apoio que necessitam, criando no futuro, que esperamos seja próximo, uma área de alta complexidade no SUS para disseminação de centros especializados por todo o território nacional.

Quais são os principais objetivos da campanha deste ano (e a razão dos mesmos) e como ela será conduzida?

A campanha ocorre de 18 a 23 de fevereiro. Dez centros especializados no Brasil irão ter atividades para pacientes, cuidadores e profissionais de saúde durante a semana da campanha. O objetivo da campanha é sempre aproximar pacientes e cuidadores de profissionais de saúde, aumentando assim a sua informação quanto aos cuidados com a traqueostomia e com a criança traqueostomizada, bem como conscientizar a população sobre os direitos que estes pacientes possuem. A campanha também ocorre no ambiente digital com postagens em redes sociais da ABOPe para disseminação da informação.

Como os pais e responsáveis podem se preparar para lidar com os cuidados de uma criança traqueostomizada, especialmente considerando os desafios trazidos pela pandemia de COVID-19?

É fundamental a educação de pais e cuidadores quanto aos cuidados da própria cânula de traqueostomia, bem como para identificação de possíveis riscos para a criança. Ainda mais importante é darmos luz aos direitos destas crianças, que podem e devem ser incentivadas a ter uma vida de plena inclusão em ambientes familiar, social e escolar.

Quais são os maiores desafios enfrentados pelas crianças traqueostomizadas e suas famílias no Brasil hoje em dia, em comparação a países europeus e Estados Unidos?

Uma criança com traqueostomia requer alguns cuidados especiais por parte de seus cuidadores familiares e escolares. O maior desafio é conseguirmos ter informação de qualidade chegando a estas pessoas e acesso para todos os pacientes a profissionais de saúde especializados. Esta carência passa e nasce na escassez de centros especializados no país, e a concentração dos centros que existem em poucas regiões do país. Isso se dá pela falta de uma política pública direcionada aos cuidados desta população de pacientes que crie uma área de alta complexidade para melhor estruturar centros de referência e estimular a formação de profissionais de saúde igualmente especializados.

Como a ABOPe está trabalhando para promover políticas públicas que visem ao cumprimento das recomendações oficiais sobre os cuidados e condutas para as crianças traqueostomizadas?

Como academia trabalhamos para aumentar progressivamente a informação e, assim, o corpo crítico sobre o tema. O aumento progressivo da informação e disseminação desta informação para a população leiga gera a demanda para a promoção de políticas públicas. A academia objetiva manter contato próximo junto ao congresso e ministério da saúde, bem como incentiva seus membros a se aproximarem das secretarias estaduais de saúde para apoiarem a criação da alta complexidade nesta área.

Quais são as principais novidades ou iniciativas que a ABOPe está planejando para este ano no contexto da campanha do Dia Nacional da Criança Traqueostomizada?

Aumentamos os grupos que terão ações pelo país neste ano, e trabalharemos para aumentar ainda mais nos anos subsequentes. Teremos novamente a iluminação especial do congresso nacional em roxo, cor escolhida para a campanha, durante a semana, e ampliaremos as ações em mídias sociais que hoje são tão importantes para a disseminação de qualquer campanha.

Considerando a importância da conscientização, como a ABOPe está abordando o tema da traqueostomia pediátrica nas redes sociais e na mídia para alcançar um público mais amplo?

A ABOPe já atua nas redes sociais durante todo o ano, abordando temas variados, incluindo este tema em diversas postagens. Neste momento de campanha todas as ações serão voltadas para o tema, com postagens direcionadas ao público e também ao colega otorrinolaringologista.

Como os profissionais de saúde, em especial os otorrinolaringologistas pediátricos, podem se engajar e apoiar a campanha?

Nem todos os locais do Brasil possuem otorrinolaringologistas especializados em otorrinolaringologia pediátrica, mas muitos deles acompanham crianças com traqueostomia. Todos os otorrinolaringologistas são bem vindos a se engajar na campanha acompanhando e compartilhando os posts da ABOPe em nossas redes sociais. Além disso, estamos sempre abertos à inclusão de novos centros para participação da campanha de forma direta para os próximos anos.

Há alguma mensagem ou conselho que o Dr. Rodrigo gostaria de compartilhar com os pais, responsáveis e profissionais de saúde que lidam com crianças traqueostomizadas?

A traqueostomia, apesar de ser usualmente um tratamento de longo prazo, não é uma sentença a não inclusão. Crianças com traqueostomia podem e devem ir à escola, brincar e ter acesso digno aos cuidados que sua condição necessita. Somente quando estamos muito bem informados sobre o assunto podemos lutar por melhores condições na inclusão e acompanhamento das nossas crianças. Assim teremos no futuro políticas públicas de apoio a estas crianças disseminadas por todo o país.

Acompanhe as próximas notícias no Portal VOX Otorrino e envie as suas sugestões de pauta para comunicacao1@aborlccf.org.br.

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