Por Francinaldo Gomes, VOX Otorrino
A Otorrinolaringologia têm algumas características que a tornam única e exigem dos profissionais da área: tempo, energia e dedicação. O otorrinolaringologista convencional é formado apenas para exercer a profissão, conforme o conhecimento adquirido durante a graduação e a residência. Entretanto, independentemente do seu nível de qualificação técnica, o médico também têm necessidades individuais que precisam ser supridas.
Ele precisa cuidar da sua saúde física e mental, prover conforto e segurança a si próprio e a seus familiares, ter momentos de lazer, estabelecer amizades e aprimorar-se, tanto na otorrinolaringologia como fora dela.
Muitos otorrinos que conheço participam de projetos voluntários, prestando atendimento gratuito em lugares específicos; eles se colocam à disposição, mas nem sempre são devidamente remunerados ou valorizados. Além disso, o nível de autoexigência na Otorrinolaringologia e no próprio cotidiano é alto, dado que os avanços ocorrem rapidamente em praticamente todas as áreas.
Tais necessidades exigem disponibilidade de tempo e recursos financeiros, o que faz com que, muitas vezes, o otorrinolaringologista adote um estilo de vida que custa caro.
A quase totalidade dos médicos otorrinolaringologistas brasileiros acredita que a qualificação técnica é o único determinante do sucesso na carreira. De fato, essa é a mentalidade vigente e os colegas gastam a maior parte do seu tempo e de seus recursos buscando melhorias na qualificação técnica, por meio de subespecializações, cursos, congressos científicos, treinamentos, workshops e pós-graduações.
Tal crença mostrou-se válida por muitos anos e ainda é adotada pelos otorrinolaringologistas convencionais. Entretanto, a realidade atual é outra. Para conquistar e manter o sucesso na carreira, o otorrinolaringologista precisa ir além e desenvolver outras habilidades. Um otorrino que atinge o sucesso consegue exercer melhor sua profissão. Ele trabalha melhor, atende melhor e opera melhor. Tudo isso porque ele não tem que lidar com uma série de preocupações com relação à sua carreira, algo comum ao otorrinolaringologista convencional.
O mercado de trabalho médico no Brasil
A organização do currículo médico remonta aos tempos da Revolução Industrial em que o objetivo era formar operários para atuar nas fábricas. Por conta disso, nós, médicos, somos formados apenas para prestarmos assistência aos pacientes.
Em outras palavras, nos tornamos mão de obra barata para o mercado – SUS (Sistema Único de Saúde), operadoras de saúde, cooperativas médicas e OSS (Organizações Sociais de Saúde) -, além de presas fáceis para as instituições financeiras (bancos, financiadoras e operadoras de cartões de crédito).
No mercado de trabalho, há os que nos comparam ao “sal de cozinha” por usarmos branco, existirmos em abundância e sermos baratos. Há outros que se tornaram bilionários por “saberem explorar uma mão de obra altamente qualificada, porém de baixo custo no mercado (nós, médicos)”.
De acordo com a Demografia Médica no Brasil/2020, nos últimos 100 anos, a taxa de crescimento dos médicos chega a ser cinco vezes maior do que a taxa de crescimento da população brasileira. Tal aumento no número de profissionais tem levado à queda na remuneração, uma vez que a concorrência vem aumentando.
Inclusive, com o número de médicos formados, anualmente, atingindo a marca de 50 mil, existe a ameaça de não haver trabalho para todos, bem como do risco de queda na qualidade do atendimento em decorrência da atuação de profissionais menos qualificados, de acordo com matéria do Estadão.
Além disso, 93% dos médicos dedicam-se exclusivamente à medicina e 91% trabalham exclusivamente na assistência. Quanto ao mercado de trabalho, os médicos estão trabalhando mais, em condições piores e ganhando menos.
Durante o ano de 2020, as restrições impostas pelas medidas relacionadas à pandemia de Covid-19 impactaram negativamente a atividade médica em todo o Brasil.
Uma pesquisa feita pelo portal Médicos sem Jaleco analisou o impacto financeiro da pandemia na vida de 683 médicos e mostrou que 82% dos médicos tiveram redução média de 44% na renda e, para 47%, essa redução foi de mais de 50%. A mesma pesquisa mostrou algo ainda mais preocupante do ponto de vista do mercado de trabalho. Veja:
Quando questionados sobre o que fizeram para se adaptar à crise, 45% dos médicos informaram que não fizeram nada, 20% recorreram à telemedicina, 14% buscaram fazer plantões extras, 13% continuaram atendendo em seus consultórios (de forma restrita) e 7% adotaram outras medidas (não especificadas).
Existem várias razões para esse cenário – até certo ponto desolador – que estamos enfrentando. Entretanto, uma coisa é certa: dado que 93% dos médicos dedicam-se somente à medicina e concentram seus esforços em melhorar a qualificação técnica, se seguirmos esse caminho há uma grande chance de colhermos os mesmos frutos que a classe está colhendo.
Torne-se um metaotorrinolaringologista
Desde criança, eu (e tenho certeza de que você também) sempre admirei e, de certa forma, desejei ser um super-herói, com poderes e habilidades que os humanos (normais) não têm. Os super-heróis estão longe das pessoas normais. Eles desbravam novos mundos, exploram novas fronteiras, visitam lugares onde ninguém jamais foi. Eles são, portanto, meta-humanos.
Um meta-humano é um ser humano com habilidades incríveis, muito além das habilidades básicas dos seres humanos normais. Ele representa um salto na escala evolutiva. Suas habilidades o tornam capaz de alcançar o sucesso em todas as áreas em que atua. Mais ainda, é capaz de prosperar em qualquer ambiente e se adaptar às mudanças.
Partindo desse princípio, cunhei o termo metamédico, que tem habilidades incríveis, que vão muito além da qualificação técnica. Ele não apenas pensa e age “fora da caixa”, como se costuma dizer. Simplesmente elimina a “caixa”! Para esse profissional, não existem limites do que pode ser realizado, criado e aprimorado.
Não há barreiras mentais, sociais nem crenças limitantes que o impeçam de atingir seus objetivos, de realizar feitos grandiosos e de alcançar a plenitude na vida e na carreira.
Os 4 pilares para você se tornar um metaotorrinolaringologista
1- Empreendedorismo e inovação
A arte de criar negócios de sucesso, encantar o público e tornar a concorrência irrelevante. Nós somos empreendedores natos. Temos consultórios, clínicas e ainda podemos ser sócios em outro tipo de negócio. Mesmo trabalhando sozinhos, ainda costumamos gerenciar um empreendimento paralelo.
O metaotorrinolaringologista é capacitado para criar negócios de sucesso, dentro e fora da Otorrinolaringologia, para inovar e aprimorar o que já existe e interagir harmonicamente com os avanços tecnológicos. Ele sabe transformar suas ideias em negócios escaláveis, sabe escolher o momento e as melhores formas de financiamento.
Ele sabe inovar, criar novos mercados, criar uma nova curva de valor e tornar a concorrência irrelevante. Ele consegue encantar seus clientes e torná-los embaixadores da sua marca.
2- Marketing e gestão
O metaotorrinolaringologista sabe usar as estratégias de marketing digital para escalar seus negócios, consolidar sua marca e aumentar seu valor no mercado.
Ele entende, participa do funcionamento e cuida da sua empresa. Estabelece e segue metas de crescimento, sabe gerenciar e liderar sua equipe. Consegue conversar de forma harmoniosa com seu contador, sua secretária, seu administrador e seus fornecedores e parceiros. Sabe lidar com as questões tributárias pessoais e empresariais.
3- Finanças
A arte de fazer o dinheiro trabalhar para você: o metaotorrinolaringologista já detentor de negócios e sucesso e, ganhando mais com eles, sabe investir corretamente seu dinheiro para usufruir dos efeitos do juro composto ao longo do tempo. Ele tem um planejamento financeiro eficiente, uma reserva de emergência, além disso, uma robusta proteção financeira patrimonial.
Ele entende que, adquirindo ativos financeiros, terá renda passiva que o levará à independência financeira. Mais ainda, ele navega confortavelmente no mercado de derivativos e investe em ativos internacionais.
O metaotorrinolaringologista não depende de uma única fonte de renda. Ele constrói várias fontes de renda passiva (que não depende do trabalho).
4- Produtividade e gestão do tempo
A arte de fazer mais com menos e não mais ou menos: já detentor de negócios e sucesso, ganhando mais com eles e independente financeiramente, o metaotorrinolaringologista sabe organizar seu tempo para se tornar mais produtivo.
Ela sabe usar ferramentas tecnológicas para gerenciar pessoas, documentos e tarefas. Sabe quais tarefas deve delegar, quais deve agendar ou deletar. Não perde tempo com pessoas tóxicas, que não agregam valor. É disciplinado, sabe estabelecer metas pessoais e profissionais e tem foco.
Ele tem mais tempo no presente e vive mais e melhor. Não reclama da falta de tempo! Está sempre em busca de novos desafios, pois sabe que tem um propósito a cumprir.
Para concluir, se você continuar sendo um otorrinolaringologista convencional colherá os frutos que os convencionais já estão colhendo (mais trabalho, condições piores e remunerações menores).
Se você se tornar um metaotorrinolaringologista, terá habilidades que o levarão a pensar e agir fora da caixa. Ou melhor, você eliminará a caixa e terá sucesso em sua vida e em sua profissão.
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