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Por Marco Cesar Jorge dos Santos

O principal cuidado que o médico otorrinolaringologista deve ter ao desinfectar os materiais utilizados em seu consultório é com os endoscópios, para que os exames sejam feitos de forma segura e responsável. Quando isso não é feito da forma correta, esses aparelhos podem ser um perigoso vetor de transmissão de doenças.

E isso tem um apelo comunitário importante. A nossa responsabilidade frente a este cuidado é essencial, principalmente pelo fato de trabalharmos com doenças transmissíveis e com a cavidade nasal e a boca – outros vetores importantes na transmissão de doenças, como a Covid 19, Aids, Hepatite, entre outras.

Uma diretriz para nos guiar é que a desinfecção de endoscópios deve seguir as orientações estipuladas pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), conforme descrito no Protocolo Operacional Padrão (POP), desenvolvido pelo professor Richard Voegels e pela professora Kazuko Graziano, ambos da Universidade de São Paulo. 

Lembrando que este protocolo foi aceito pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária como eficaz e seguro na desinfecção de nível intermediário de equipamentos utilizados na Otorrinolaringologia, sem lúmen.   

Como fazer a desinfecção?

Após a realização dos exames de videonaso ou de videolaringoscopia, o endoscópio deve ser mergulhado em uma solução com detergente. Depois disso, o mesmo deve ser escovado e enxaguado. Em seguida, a desinfecção química deve ser realizada com álcool etílico 70% p/v, conforme o POP da ABORL-CC e a RDC da Anvisa.

É um passo a passo que, com certeza, nós médicos já estudamos no início das nossas profissões. Entretanto, vale sempre lembrar que essas regras protegem não somente a nós, mas, principalmente, nossos pacientes.

Por mais que pareça demorado, a desinfecção dos materiais de consultório deve ser inserida na rotina dos médicos. Sim, inclusive, contando tempo de agenda, pois faz parte de cada atendimento. 

Com a pandemia, esse processo, que já era aplicado nos consultórios, tornou-se ainda mais desafiador na aplicação do POP, mas contribuiu para que tudo fosse feito de forma segura.

Ao longo de minha carreira como médico otorrinolaringologista, tenho trabalhado em novos testes que comprovam a segurança deste protocolo. Em parceria com a Universidade de Medicina da Santa Casa de São Paulo, através de um apoio sem precedentes do reitor da escola, professor doutor José Eduardo Lataif Dolci, e da chefe da Microbiologia da Santa Casa, professora Lycia Mimica, e, novamente, orientado pela enfermeira professora, Kazuko Graziano, desenvolvedora dos testes, seguindo critérios americanos de desafio, novos testes , agora com um novo grupo de microrganismos, incluindo microbactérias, vai evidenciar o quanto seguro é o processo desenvolvido inicialmente pela ABORL-CCF e Anvisa. 

Sigamos prezando pela segurança e higiene dos nossos consultórios.

Acompanhe as próximas notícias no portal VOX Otorrino.



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Costurando a poesia

Otorrinolaringologista convencional x metaotorrinolaringologista