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Presidente de Honra do 50º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, ele soma mais de meio século de atividades ininterruptas na profissão. 

Natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Lídio Granato cursou a Faculdade de Medicina da USP daquela cidade, tendo se formado em 1965. Mudou para São Paulo onde completou os três anos de Residência na Otorrinolaringologia da Santa Casa de Misericórdia. Contratado em seguida, foi promovido a instrutor de ensino, ministrando aulas para a primeira turma do 6º ano na recém-fundada Faculdade de Ciências Médicas. “Nesta época, o chefe do Departamento de Otorrinolaringologia era o Professor Rezende Barbosa, que me indicou para ministrar aulas aos doutorandos, pois sabia que eu tinha certa experiência didática, por já ter dado aula por cinco anos num curso preparatório para o vestibular de Medicina em Ribeirão Preto”, declara Dr. Lídio.

Em 1970, recebeu o título de Especialista em Otologia por concurso e, em 1971, o título de Especialista em Otorrinolaringologia pela então Sociedade Brasileira. “Segui na carreira acadêmica, cheguei a Professor Assistente e, depois, a Professor Adjunto da Faculdade. Em 1988, defendi tese e obtive o título de Doutor pela Escola Paulista de Medicina”, conta. 

Após mais de 50 anos de atividades ininterruptas na profissão, segue ligado à Santa Casa de São Paulo, onde já ocupou a chefia do Departamento de Otorrinolaringologia. “Sinto-me feliz por ter ajudado muitos colegas a se tornarem especialistas em Otorrinolaringologia. Após passar por vários degraus da carreira universitária, cheguei a Professor Titular e, recentemente, recebi da Diretoria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa o título de Professor Emérito”, revela. 

Quanto às mudanças mais significativas da especialidade ao longo dos últimos anos, Dr. Lídio Granato acredita que a Otorrinolaringologia apresentou um progresso extraordinário. “Os tipos de cirurgias realizadas na época em que me formei para tratamento das doenças do andar médio da face estavam limitados a técnicas como a septoplastia, a sinusectomia e a cirurgia de ozena. Os pacientes adultos, quando iniciei na especialidade, geralmente eram operados com anestesia local, o que limitava os acessos e as técnicas cirúrgicas. Hoje, utiliza-se anestesia geral na maioria das vezes, o que possibilitou um avanço da nossa especialidade com procedimentos mais amplos, seguros e resolutivos”, relata. 

Segundo ele, algumas práticas que eram rotina num passado não tão distante praticamente desapareceram nos dias atuais. A Otorrinolaringologia no Brasil está bem desenvolvida. O que talvez os países do primeiro mundo tenham em melhores condições são os aparelhos, o instrumental, mas quanto à técnica, acho que acompanhamos a evolução mundial. Com o desenvolvimento dos endoscópios rígidos, fontes de luz eficientes e videocâmeras sofisticadas, a cirurgia endoscópica progrediu muito, evitando-se as incisões externas. A nossa especialidade também foi muito privilegiada com o advento de inovações na área de imagem diagnóstica, como a tomografia computadorizada, angiografia digital e a ressonância magnética”, garante. 

Dr. Lídio Granato também aponta que a genética tem experimentado um grande progresso e o melhor conhecimento do genoma humano irá levar a trabalhos melhores, com a prevenção e tratamento das malformações, principalmente nos casos sindrômicos. “A Otorrinolaringologia pode se beneficiar das conquistas e inovações recentes no tratamento quimioterápico dos tumores malignos e, no futuro, com possíveis terapias genéticas”, acredita. 

Sobre a receita para se manter em atividade, com tamanho entusiasmo, mesmo após tantos anos, o entrevistado revela que a motivação para o trabalho se torna maior e mais agradável quando há uma colaboração recíproca e harmoniosa entre os membros da equipe. “O prazer surge em continuar trabalhando e a recompensa aparece quando observamos o sorriso e a alegria estampada no rosto, principalmente dos mais carentes, diante de um bom atendimento ou procedimento bem-sucedido. Isso é o que nos motiva a continuar trabalhando”, finaliza.

O prazer surge em continuar trabalhando e a recompensa aparece quando observamos o sorriso e a alegria estampada no rosto, principalmente dos mais carentes, diante de um bom atendimento ou por um procedimento bem-sucedido. Isso é o que nos motiva a continuar trabalhando. Dr. Lídio Granato

Texto originalmente escrito por Renato Gutierrez e disponível na edição 178 da revista digital Vox Otorrino.

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Dr. Marco Aurélio Bottino