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O médico otorrinolaringologista, Godofredo Borges, fala sobre avaliação do ensino de otorrinolaringologia nas faculdades de medicina ao VOX Otorrino

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF) realizou uma pesquisa entre os associados, em novembro de 2019 – com professores nas diversas faculdades de Medicina no Brasil. A pesquisa foi realizada durante o Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e contou com a participação de 302 médicos da área. 

A Comissão de Avaliação do Ensino de Otorrinolaringologia na Graduação de Medicina avaliou os dados obtidos e sugeriu a criação de uma diretriz curricular mínima para o ensino da especialidade nas faculdades brasileiras. Atualmente, a diretriz vigente propõe a formação de um médico generalista ao término da graduação. 

A Otorrinolaringologia é uma das especialidades de maior prevalência nos atendimentos das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e pronto-atendimento, sendo que um aprendizado assertivo é primordial na formação dos futuros médicos.

Confira os comentários do Dr. Godofredo sobre essa avaliação.

– O que precisa mudar?

O MEC pretende exigir que , antes de se tornar um médico generalista, os alunos tenham conhecimento vasto sobre as doenças mais prevalentes e qual o momento ideal para encaminhar os pacientes a um especialista. 

As doenças respiratórias compõem mais de 70% dos atendimentos em pronto-socorro e nossa especialidade é muito importante. A pesquisa mostrou que a carga horária da Otorrinolaringologia é muito pequena e que, em algumas faculdades, não existem atividades práticas. 

A falta de diretrizes curriculares para especificar o que cada universidade deve ensinar e o aumento desenfreado das escolas médicas e profissionais desqualificados são características do mercado. Estes são os principais pontos que precisam mudar.  

O que deve prevalecer?

A formação de um médico generalista é muito complexa e deve ser baseada nas patologias mais frequentes do nosso meio. Esse profissional deve continuar a ter habilidade para fazer uma boa anamnese e um correto exame físico para realizar o diagnóstico assertivo. 

Hoje, observamos um excesso de exames subsidiários desnecessários com consequente aumento dos custos na área da saúde.

Quais são os pontos de atenção na Medicina?

O principal é o ensino. Ele deve ser baseado no atendimento adequado ao paciente e na prevenção das possíveis doenças. 

Como o senhor avalia a pesquisa?

A pesquisa demonstrou que nossa especialidade é pouco valorizada na graduação, pois, em 46% das faculdades, a otorrinolaringologia tem de 20 a 40 horas apenas. As atividades são muito teóricas e em algumas não há nem atividade prática. 

Nas faculdades que contam com residência médica, os alunos têm atividades conjuntas, o que pode ajudar no aprendizado. Contudo, a Comissão sugeriu temas básicos em otorrinolaringologia e estudos sobre o momento em que o paciente deve ser encaminhado ao especialista, além das habilidades mínimas que se espera de um aluno, ao finalizar o seu estágio.

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