Natural de São Paulo, Samir Cahali é casado com a cirurgiã-dentista Julia Burihan Cahali e tem três filhos, sendo dois otorrinolaringologistas e uma dermatologista, todos formados pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
Já no início do 5º ano do curso, pela Escola Paulista de Medicina (EPM-UNIFESP), começou a frequentar o Ambulatório de Otorrinolaringologia e resolveu abraçar definitivamente a especialidade. Formou-se em 1961 e ainda ficou por quatro anos vinculado à Clínica de Otorrinolaringologia da EPM, pois naquele tempo não havia Residência Médica em ORL.
Em 1967, foi aprovado, em 1º lugar, no concurso público para a única vaga de médico do Serviço de ORL do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE). “Fiz carreira no grupo de Otologia e, em 1997, também através de concurso público, assumi o posto de Diretor do Serviço de ORL daquele Hospital, lá ficando por 24 anos”, lembra.
No HSPE, desde o início, dedicou-se intensamente ao diagnóstico das afecções otológicas e às microcirurgias otológicas. “Cirurgia da surdez, dos tumores otológicos, das malformações otológicas, do nervo facial, da doença de Ménière, entre outras, estiveram entre os inúmeros procedimentos realizados ao longo de todos esses anos”, lista Dr. Samir Cahali.
FORTE LIGAÇÃO COM A FRANÇA
Em 1966, com uma bolsa de estudos do Consulado da França em São Paulo, foi admitido como assistente estrangeiro para um estágio em Otologia no Serviço de Otorrinolaringologia do Professor Michel Portmann, em Bordeaux, França. Retornou à mesma cidade, em 1973, com uma nova bolsa de estudos do governo francês, para um estágio como assistente estrangeiro em Otoneurocirurgia, também com o Professor Portmann.
Já por volta de 1974, a escola de Bordeaux criou o Institut Georges Portmann, uma associação internacional dos alunos da Escola de Otorrinolaringologia, que visa a difusão da cultura otorrinolaringológica francesa pelo mundo. “O Dr. Alexandre Médicis da Silveira, idealizador do Instituto, ficou como presidente da delegação para o Brasil e eu tive o prazer de, junto aos demais membros da delegação, organizarmos vários eventos otorrinolaringológicos, nacionais e internacionais. Trouxemos expoentes mundiais da microcirurgia otológica e cirurgia nasal, tanto da França como de vários outros países, para cursos de atualização no Brasil”, revela o entrevistado.
Por fim, em 1983, foi condecorado pelo Governo da França com o grau de “Chevalier”, na “Ordem das Palmas Acadêmicas”, pela divulgação da cultura otorrinolaringológica francesa no Brasil. “O constante contato de otorrinolaringologistas brasileiros com os centros internacionais avançados tem sido, felizmente, o êmulo a manter sempre atualizada nossa otorrinolaringologia”, acredita.
Buscando atualização permanente, Dr. Samir Cahali ainda realizou curso de especialização em Administração de Instituições de Saúde, entre 1984 e 1985, pela Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas, de São Paulo, além de Doutorado em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, em 1994, com a tese “Interposição de Portmann e estapedectomia na otospongiose: estudo de resultados imediatos e a longo termo”.
“Com as bênçãos do Criador, tenho uma família da qual muito me orgulho. Ele me concedeu, também, a destreza para as microcirurgias otológicas, e o juízo para não esperar o declínio desta virtude para não mais operar. Assim, decidi me abdicar, definitivamente, desta prática”, finaliza.
Tive o prazer de participar da organização de vários eventos otorrinolaringológicos, nacionais e internacionais. Trouxemos expoentes mundiais da microcirurgia otológica e cirurgia nasal, tanto da França como de vários outros países, para cursos de atualização no Brasil. Dr. Samir Cahali
Texto originalmente escrito por Renato Gutierrez e disponível na edição 180 da revista digital Vox Otorrino.
Bom dia! Bom que está bem!